segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Oficina: Direção e Dramaturgia & Espetáculo Projeto Preto: Abertura de Processo


"Processos criativos de escrita múltiplas para a cena, a partir do repertório autoral do dramaturgo e diretor Márcio Abreu e da obra desenvolvida junto à Companhia Brasileira de Teatro."

Lá está Márcio Abreu, sentado, observando a pessoa que está a lhe fazer uma pergunta, pensa ele nas  variáveis de sua resposta, a quais são infinitas.( risos risos)

Quis começar o texto de maneira diferente hoje, porque sim. Mas, mesmo assim, não deixarei de lhes dar um bom dia/tarde/noite bem aconchegante e perguntar como vão os meus queridos leitores?

Sim, sou uma pessoa de sorte por ter podido participar de uma oficina com o diretor  Márcio Abreu e de ter podido também ver o belíssimo ensaio do "Projeto Preto", com nossa querida Renata Sorrah, a famosa e cruel Nazaré da novela Senhora do Destino.

Vou falar primeiramente da Oficina de Direção e Dramaturgia (a foto se refere a ela). Foi uma oficina bem legal, que acentuou bastante o trabalho em grupo que os atores devem ter. Uma peça, mesmo que um monólogo, não é feita sozinha, você precisa do outro. Imagina agora uma peça em que atuam 30 atores? Como não precisar intensamente da ajuda do outro?
Eu já participei de algumas peças, sei o quanto é importante a ligação com os outros atores e o quando fica difícil atuar quando esta ligação não existe. Uma conexão mental e até física entre os atores torna o trabalho muito mais bonito e gostoso de fazer.

Fizemos um exercício em que deveríamos calcular a média de tempo que em que as pessoas do grupo faziam seus passos e continuar. Existiam três etapas: Deveria ter uma sempre alguém levantando, alguém pelo meio do caminho e alguém subindo no palco. Fomos divididos em três grupos. Sempre que um grupo terminava, como todos os seus participantes no palco, o próximo grupo deveria já estar começando a próxima ação. O grupo que estava completo em cima do palco, deveria sair como se fosse um único organismo, mas sem se tocarem. O exercício foi se repetindo algumas vezes. No final todos os participantes da oficina deveriam estar em cima do palco, formando um organismo único que sairia do teatro do SESC e chegaria até a rua tentando ocupar o menos espaço possível.


Márcio também falou bastante do seu método de criação. Uma coisa que foi bastante questionada foi o fato de que ele disse que não usava de intenções quando criava uma peça. Disse que essa não é uma boa maneira. Para exemplificar e ficar mais fácil, pelo que entendi ele tem apenas ideias, não intenções, ele faz um drama, mas não tem a intenção de que as pessoas chorem assistindo este drama, mas isto é um fato que ocasionalmente vai acontecer ou não. Cada público um público. É um tanto mais complexo ainda do que parece, não sei se tenho uma maneira melhor de lhes explicar isso.Você não pode fazer uma peça ou subir no palco com a intenção de trazer determinada emoção ao público, é como fazer uma piada forçada para que as pessoas riam, isso não é legal. Você tem que trazer o seu conteúdo de forma sútil, e deixar com que a racionalização das pessoas perceba o que está sendo passado e ajam da maneira que seu consciente achar melhor. Dar informações picadas para o público não é bom, você tem que fazer com que eles usem da imaginação também, isso torna as coisas mais interessantes e profundas. 

Agora vamos falar um pouquinho da peça.

"A companhia Brasileira de Teatro desdobra inquietações a partir de pensadores abolicionistas btasileiros do século 19  e do livro " A Crítica da
Razão Negra", de Achille Mbembe. Apresentação de esboços de cenas em fase de experimentação e trechos de textos elaborados nessa etapa de criação."

Na verdade não foi bem uma peça, apenas um ensaio do que ainda estão montando. Mesmo assim foi bastante intenso, deu para ter uma boa ideia do que pretendem fazer e o quão bom e interessante será.
Eu não tenho foto, foi nos pedido para que não fizesse. Eu também não tenho muito o que lhes contar, perderia toda a graça quando forem assistir.
Só vou lhes dizer que será uma boa peça, e que vai falar bastante sobre negros, principalmente mulheres negras. Peço também para que se forem assistir, irem preparados, será bem intensa. 




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